No próximo dia 14 de dezembro, chega aos cinemas brasileiros (e de boa parte do Planeta), O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. O filme é a primeira parte de uma nova trilogia passada no mesmo universo de O Senhor dos Anéis, criado pelo escritor inglês J.R.R. Tolkien. No comando dos novos filmes está Peter Jackson, que conquistou fama, dinheiro, credibilidade e o amor dos nerds com sua impecável abordagem sobre a história de Frodo, Sam, Gandalf, Aragorn e companhia.
Após o estrondoso sucesso da primeira trilogia, iniciada em 2001, causa certa surpresa o pouco barulho que O Hobbit vem fazendo até aqui, faltando pouco mais que duas semanas para sua data de estreia. Claro que ainda há tempo para fomentar a expectativa da audiência, mas essa ligeira indiferença do público em geral sobre a volta à Terra Média deveria acender um alerta.
A principal pergunta que deve ser feita hoje é: o público realmente quer mais três filmes com hobbits, anões, magos e elfos?
A audiência do cinema passou por alguns estímulos de 2003 (ano do fim da primeira trilogia) para cá. O principal deles foi a ascensão do cinema de heróis, com sua atmosfera muito mais moderna, urbana e — por que não? — realista. Será que as pessoas estarão dispostas a voltar para um mundo tão fantasioso quanto o de Tolkien?
É claro que a resposta para isso vai depender muito da qualidade do produto entregue. E sobre isso, temos muito mais motivos para otimismo que pessimismo. Além de Peter Jackson, boa parte da equipe responsável por O Senhor dos Anéis está de volta, incluindo as roteiristas Fran Walsh e Philippa Boyens. O elenco também estará recheado de caras conhecidas, como Ian McKellen (Gandalf), Hugo Weaving (Elrond), Christopher Lee (Saruman), Cate Blanchett (Galadriel), Andy Serkis (Gollum) e até Elijah Wood (Frodo), que fará uma pequena participação.
Por outro lado, o projeto adotou uma prática que vem ser tornando comum em Hollywood. Assim como aconteceu com Jogos Vorazes, Crepúsculo e Harry Potter, um livro só será dividido em mais de um filme. No caso de O Hobbit, em três!
Inicialmente previsto para dois filmes, em julho deste ano o diretor Peter Jackson anunciou que uma terceira parte seria adicionada ao projeto. Assim, teremos O Hobbit: Uma Jornada Inesperada em 2012, The Hobbit: The Desolation of Smaug em 2013 e The Hobbit: There and Back Again em 2014, os dois últimos ainda sem títulos oficiais em português.
Isso não necessariamente é ruim. Harry Potter, por exemplo, teve seu último livro repartido em dois ótimos filmes. Entretanto, na maior parte das vezes, a concisão costuma ser um valioso aliado. Verdade seja dita: a história de O Senhor dos Anéis ficou muito mais dinâmica com as adaptações feitas por Peter Jackson. Imagine se cada um dos livros tivesse gerado três filmes! Tom Bombadil provavelmente seria hoje um personagem tão odiado quanto Jar Jar Binks.
Para transformar O Hobbit em três filmes, a equipe de roteiristas se utilizou de material que não está no livro, como conteúdo do apêndice de O Senhor dos Anéis e trechos de O Silmarillion, livro póstumo (e meio chato) de Tolkien. Como isso, além de conseguir ganhar mais volume para seus filmes, Jackson garantirá presença maior de personagens queridos pelos fãs, como o próprio Gandalf.
Jackson e sua equipe têm créditos de sobra, mas, por enquanto, a divisão de um livro curto, simples e pouco complexo como O Hobbit em três filmes soa essencialmente como vontade de fazer mais dinheiro e não como opção criativa dos autores. Cabe a Peter Jackson provar o contrário! Alguém duvida que ele vá conseguir?
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